Valéria Nancí, fotógrafa, brasileira, nasceu em 22/09/1977 em Feira de Santana/Bahia e vive em Salvador/Bahia. Graduada em: Geografia; Publicidade e Propaganda; e Design Gráfico. Com Pós-Doutorado em Desenho, Cultura e Interatividade. Doutora em Cultura e Sociedade. Mestra em Desenho, Cultura e Interatividade. Especialista em Mídias na Educação e em Métodos e Técnicas de Ensino.
Seu interesse pela fotografia surgiu na infância, brincando de fotografar com a câmara (sem o rolo de filme) da sua mãe. Depois na adolescência comprou sua própria câmera, mas ainda fotografava despretensiosamente.
O que, de fato, despertou nela mais o interesse em fotografar foi quando percebeu que esse processo de fixar a imagem de qualquer objeto ou realidade através de uma câmera poderia gerar diversos olhares sobre a mesma cena. E foi a partir daí que somente o seu próprio olhar sobre as coisas definiu seu modo de registrar o que se via.
Depois das formações acadêmicas teve novas percepções para a sua visão de mundo imagético. Em 2011, no período em que cursava o mestrado em Desenho, Cultura e Interatividade (UEFS – BA) – deu início a pesquisa sobre Design de capas de discos e sobre a fotografia enquanto debuxo/delineação: o que acabou por gerar registros fotográficos com um olhar mais sensível, resultando em exposições de seus trabalhos em congressos acadêmicos, galerias de arte e salões internacionais.
" Encontro poesia em cada detalhe da sua arte". By Lisandra Miguel
O processo criativo, o qual ela chama de “Photo-Poesia”, surge a partir do seu olhar mais rebuscado aos detalhes e geometria dos instantes. Durante o processo há uma observação geral referente aos contornos, as formas e os movimentos das coisas. Há uma busca pela desmistificação da ideia estética do belo versus o feio. Há uma procura por objetos desgastados, tintas borradas, fluídos descontinuados, ferrugens corrosivas, luzes amorfas, e tudo mais que seus olhos possam ver com um olhar carregado de sentimento. “Costumo dizer que vejo poesia em tudo”.
Na visão da artista o seu trabalho é aquilo que o espectador quer que seja. Esteticamente, é o olhar do observador que interessa a ela. O que ele imaginar que é, será! Às vezes a tinta borrada que “estragou o chão” na visão de muitos, ao olhar de quem o contempla, em sua fotografia, pode ser uma arte surreal e bela. Portanto, na composição total, ela tenta transformar detalhes das coisas/elementos não tão observados, por serem “parte de um cotidiano corriqueiro”, em algo que seja considerado uma obra artística.
Sua inspiração também advém da poesia de Manoel de Barros chamada “Difícil Fotografar o Silêncio”, que trata de abstrações como o silêncio e a existência que a fizeram ter um olhar mais poético ao registrar os instantes.
“Arte é todo o sentimento de um ser posto à disposição de tantos outros. É o registro exato e instantâneo de quem a fez. É a exposição e proposição de novas dimensões ao próprio sentir. É aquilo que pode mudar o mundo através da sensível percepção de que se pode falar de várias formas sobre as mesmas coisas. É, portanto, a grandeza do olhar ao perceber o tanto que se pode ter ao alcance de todos os sentidos”.