Otilia Lupi é uma artista plástica brasileira, pós-doutorada em Medicina, nasceu em 01/12/1970 e reside no Rio de Janeiro, sua cidade natal. Despertou-se para a arte na sua infância de maneira intuitiva, na adolescência a descoberta das aquarelas da artista Margareth Mee tiveram um grande impacto, e fizeram-na considerar estudar biologia e botânica. Durante o tempo que cursava a faculdade de medicina frequentou como ouvinte a Escola de Belas Artes (EBA), aos cursos de desenho com modelo vivo, gravura e litogravura. Participando e ganhando alguns concursos gráficos internos no Centro das Ciências da Saúde (CCS) na UFRJ. Entretanto, só em 1997, aos 26 anos e no seu primeiro ano de residência médica em infectologia na UFF um desenho feito em pastel seco durante a noite para homenagear um paciente numa situação muito difícil, mostrou a ela o poder do diálogo coletivo da Arte. Esse desenho, foi sua primeira obra a ser enquadrada e está na parede do serviço de Infectologia do HUAP/UFF até hoje.
Desde então, ela passou a investir nas Artes Plásticas como a sua segunda carreira. A partir de 2015, iniciou uma nova fase com a Série das Gaudianas, desse trabalho surgiu também uma atividade Beneficente gerando recursos para uma Obra Social voltada para o cuidado de crianças menores de 5 anos no Bairro de Ramos, no Complexo do Alemão. Através dessa ação surgiu uma colaboração com a Congregação La Sallista, algumas exposições e em 2019 uma das suas obras foi selecionada para ser entregue ao Papa Francisco no Jubileu de 300 anos da Congregação.
“Meu propósito é estabelecer um diálogo através das minhas obras”.
Seu processo criativo parte de exercícios de composição que geralmente envolvem a proposição de limites, por exemplo: limite de cores, re-pintar sobre imagens ou utilizar utensílios emprestados da sua atividade médica (agulhas, pipetas, bisturi, fios de sutura, “punchs” de biópsias, corantes orgânicos).
Se desenvolvendo como se fossem jogos de lógica, onde a solução seria a sua capacidade de produzir uma obra sem quebrar a regra proposta. Usando assim, a criatividade como uma ferramenta para a solução do desafio. Busca a harmonia estética e a renovação, viáveis através do processo criativo.
Para a sua coleção das Gaudianas, tendo como série principal desde 2015, ela se identifica com a influência de Antonio Gaudí e Pierre Soulanges. O primeiro pelo resultado mourisco e a utilizações de representações pictóricas para montar seu discurso ao mesmo tempo, abstrato e religioso. O segundo pelo contra-ponto estético das monocromias, mostrando a capacidade de fragmentação e síntese viáveis através do processo criativo.
Teve suas obras expostas em diversos países: México, Luxemburgo, Espanha, Suíça e no seu país de origem, Brasil. Em 2020, teve suas obras expostas em Madri, Suiça e no Institut Mutualiste Mountsouris, em Paris.
“A arte é parte do registro da humanidade sobre à terra, uma verdadeira forma de comunicação que prescinde de códigos pré-estabelecidos. A humanidade conversa entre si, através da Arte, desafiando o tempo e as culturas. Acho fascinante a atemporalidade que uma obra de arte pode ter e como é um veículo para permitir a compreensão e a assimilação do pensamento humano”.