Nomen é uma artista plástico angolano nasceu 02/03/1974, em Luanda/Angola, onde viveu até os 2 anos, mudou-se para Lisboa, Portugal, onde viveu até 04/08/2022 onde desenvolvia toda a sua produção artística.
O seu interesse pela arte surgiu na pré-adolescência aos 14 anos, motivado pelo "graffiti" ou pelos desenhos urbanos que estavam surgindo nessa altura em Portugal. Dando início as pinturas, motivado pelos artistas que começaram anos antes. Como autodidata, despertou interesse em pintar um estilo figurativo, que proporcionavam a ele a força, intensidade e poder naquela altura, vistos por ele, através da lata de “spray”.
O seu processo criativo é assente em duas linhas principais, sendo as letras tradicionais de "graffiti" e os rostos femininos. A partir destas duas linhas ele vai desmembrando, expressando e experienciando novas abordagens quer seja no campo da tipografia do "graffiti", que tem os seus próprios meios, entoações e materiais para que o resultado seja autêntico. No que diz respeito aos rostos femininos a sua abordagem é para que a expressão feminina seja de pensamento e contemplação, são fortes e sérias cujos seus momentos de compenetração e de interiorização pessoal são captados por ele. A sua expressão é através da utilização de meios que possam dissolver toda a beleza e que vão mais ao encontro de uma expressão artística própria com um cunho pessoal forte em que as pessoas consigam identificar, mais do que uma mera reprodução fotográfica ou de cariz realista.
“A arte é tudo aquilo que acreditamos, que nos dá emoção e atribuímos como sendo arte. Assim sendo, depende sempre de nós e do que valorizamos e trazer para o mundo a nossa forma de expressão como sendo arte. A minha intenção é de transmitir ao observador que haja de alguma forma um interesse um despertar para perceber como cheguei aquele ponto”.
“A arte para mim, é algo que me permite intervir em diversos espaços através da audácia e conquistar na rua aquilo que queremos retratar, o que pensamos e sentimos sem pudor a todas as pessoas que passam”.
Suas pinturas funcionam com uma multiplicidade de “layers” umas por cima de outras que dependem de técnica, secagem, esperança de que tudo dê certo, do seu estado emocional naquele momento e se tudo vai de encontro à sua pré-visualização.
Há dois artistas que o influenciaram. O primeiro é o artista de “graffiti” londrino chamado de Part 2, pela capacidade técnica e foi também um dos primeiros impulsionadores de “graffiti” foto-realista do mundo pintando caras reais de pessoas com uma lata de “spray”, o que dentro deste estilo de pintura foi inovador. Por volta da década de 80 já pintava figuras de pessoas completamente realistas e todo o pormenor técnico de pintar os olhos, o nariz, a boca, a expressão estimulara-o imensamente para perseguir esta corrente artística. Outro artista que o inspirou foi o David Walker pela forma despreocupada e descontraída que pinta os rostos, influenciando-o e a esquecer alguns pormenores técnicos como, por exemplo, a luz e a sombra. Diz: “Apesar de a pintura estar assente em sombra e luz nós, como artistas, também temos o direito de questionar”.
“O sentido da arte é um misto de várias coisas e na minha perspectiva é retratar algo que vai sempre ao encontro do que é definição do que é belo, não tem de ser decorativa ou de agradabilidade, mas no meu ponto de vista a captação das cores e formas possam resultar na contemplação através do observador”.