Lígia Barbosa, artista plástica, brasileira, nasceu em 14/04/1992, em Belém/PA, onde viveu durante a sua infância e adolescência. É radicada em São Paulo/SP. Graduanda, de Bacharelado em Artes Visuais, Pintura, Gravura e Escultura, no Centro universitário Belas Artes de São Paulo.
Despertou-se para a arte na infância, influenciada pelos vitrais de igrejas, mosaicos. Ela sempre foi muito guiada pelo visual. Em sua cidade natal (Belém/PA), observava as fachadas das casas, com seus painéis decorativos, que tinham influência do modernismo. O estilo arquitetônico que ficou conhecido como “Raio que o parta”, eram decorações com cacos de azulejos coloridos em mosaico, com formato de setas e raios. Além disso, ela foi muito marcada também por livros e ilustrações literárias.
A sua relação com a pintura é diretamente relacionada à literatura. O gosto pela leitura, faz com que seu processo criativo seja atravessado pelo ato de escrever. Ela anda com um caderninho na bolsa. E o momento do incômodo acontece. A latência e dela partem seus desdobramentos, que geralmente vem através de frases, que costuma desenvolver com pensamentos e textos. Depois disso, ela vê as cores, as poses e as cenas se desenrolam. Tudo vai acontecendo. Esse é o período de espera, no qual ignora a urgência. Até que a história se torne tão viva, que seja preciso contá-la. Traduzi-la. E então cria seu pequeno estudo. E depois dele, ela pinta. Para ela, a pintura sempre foi mais que a representação clara da realidade. Também é mais que retratar algo. Ela está sempre tentando contar alguma coisa.
Seu trabalho conta sempre com a presença de cores fortes que se contrastam, tais como o amarelo, vermelho, verde. Além da presença forte do preto, para realizar traçados, limites e mesmo grafismos. Trabalha com temas como ancestralidade, magia, sonhos, lendas, violência contra a mulher e depressão.
Gosta de introduzir elementos como círculos, muitas linhas para dividir espaços e até mesmo mosaicos. Existem alguns pontos significativos, como, por exemplo, formas fechadas na representação do corpo humano, o que lembra a estética de bonecos. Isso é importante porque é um pensamento sobre circunstâncias incontroláveis ao qual estamos sujeitos.
“A meu ver, a arte é uma forma de comunicação e assim há a possibilidade acessar as pessoas de uma maneira única, independente da linguagem artística escolhida. Acredito que a diferença que a arte pode fazer no mundo é justamente a possibilidade de comunicar diversos assuntos e temas. Uma forma de promover diálogos, críticas, sensações e ações. A arte é uma grande linguagem que deve sempre ser para todos, sem exceções. Pois, através dela é possível transformar pensamentos, mudar vidas e causar impactos significativos para a sociedade”.
“Acredito mais do que tudo na potência transformadora da arte para a sociedade, seja através da sensibilidade, a beleza, o incômodo e dos questionamentos possíveis. O potencial é imenso”.
“Quanto mais penso sobre a arte, mais acredito que seu sentido seja sobre liberdade criativa e para a liberdade da sociedade”.